Está diagnosticada
a ansiedade da autonomia nos condutores de automóveis elétricos, os que estão
sempre com medo de ficar sem energia nas baterias. Para combater esta “doença”,
a GM inventou os automóveis com extensor de autonomia, que podem continuar a andar
mesmo depois de esgotarem a eletricidade. Saiba como funcionam estes
verdadeiros “ansiolíticos”.
Um bom automóvel
elétrico moderno, como o Nissan Leaf, tem uma autonomia anunciada, com a
bateria totalmente carregada, de cerca de 150 quilómetros. Na verdade, esta
distância acaba por se reduzir quando o trajeto inclui vias rápidas ou
autoestradas. Depois, é precisa uma recarga, que numa tomada convencional
poderá demorar até doze horas. São razões mais do que suficientes para que se
tenha instalado nos condutores de automóveis elétricos uma nova “doença”, a que
já foi dado o nome de “ansiedade da autonomia”.
Para curar este
mal, a General Motors (GM) lançou no mercado um modelo com aquilo a que chamou
“extensor de autonomia”. Em traços gerais, ao motor elétrico e à bateria que o
alimenta é acrescentado um pequeno motor de combustão interna. Este funciona
quase sempre como gerador estacionário de corrente, sendo alimentado por
gasolina de um pequeno depósito de 30 litros. A energia que gera é armazenada
na bateria e permite continuar a alimentar o motor elétrico, que faz mover o
automóvel. Deste modo, a autonomia ganha uns acrescidos 500 quilómetros e
resolve-se a questão da ansiedade.
A ideia é simples e
pragmática, pois permite continuar a utilizar o automóvel mesmo quando o
condutor se esqueceu de pôr as baterias a carregar ou, pura e simplesmente, não
tem acesso a uma tomada, mas a concretização do conceito esteve longe de ser
imediata. A GM gastou três anos e uma pequena fortuna para colocar no mercado
o Chevrolet Volt e o Opel Ampera, os dois modelos gémeos que utilizam esta
tecnologia, que o construtor designou por Voltec.
Em termos de
posicionamento no mercado, a possibilidade de uma utilização muito mais
versátil do que a dos veículos exclusivamente elétricos coloca o Volt e o Ampera
como alternativa aos veículos híbridos, de que o líder tem sido o Toyota Prius.
Contudo, as capacidades do Volt/Ampera são muito mais vastas. Enquanto o Prius apenas
faz dois quilómetros seguidos com uma carga de bateria (que não pode ser
carregada exteriormente, só pelo seu gerador), o Volt/Ampera pode percorrer
entre 40 e 80 km em modo puramente elétrico, com uma carga completa da bateria.
Depois, entra em ação o motor a gasolina, sem necessidade imediata de ligar a
bateria à tomada.